12 estações servem para o tráfico de drogas
Integrantes da CPI dos trens se mostram surpresos com uma série de fatos que envolvem a fiscalização que a Agentrans exerce sobre a SuperVia
Os deputados que participam da CPI dos Trens que acontece na ALERJ – Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro —, se mostraram perplexo com relação à fiscalização da Agentrans - Agência Reguladora de Transporte -, e a SuperVia que detém a concessão dos sistema de trens no Estado. Na reunião da última segunda-feira, (11), os parlamentares saíram sem entender os benefícios (mordomias) que, aparentemente são oferecidas à SuperVia.
Três fatos em particular chamaram a atenção:
1) A empresa não paga multas acima de R$ 100 mil desde 2017 — faz a opção em deixar o montante acumulado cair na Dívida Ativa do Tribunal de Contas para depois negociar.
2) Foi beneficiada de multas pelo Decreto 47 assinado pelo Governo Estadual em abril de 2020, que isentava a empresas de multas no período da pandemia. Até aí tudo bem, o que os deputados não entenderam é o fato de a lei ser de 2020 e a SuperVia ter conseguido isenção em multas ocorridas em 2017.
3) Causou também perplexidade entre os deputados o Estado ter passado para a SuperVia, 12 terrenos localizados próximos a Estações de Trens. Em Cosmos, por exemplo, a empresa já vendeu um desses terrenos onde foi construída uma igreja evangélica.
"Temos que botar o sistema nos trilhos. Se é deficitário porque é muito ruim”.
Lucinha — presidente da Comissão
Sem argumentos
Na reunião o presidente da Agetransp — Agencia Reguladora de Transportes —, Murilo Leal que deveria fiscalizar tudo que envolve a SuperVia, não soube responder uma série de indagações dos deputados em relação a tanta coisa mal explicada. O presidente da SuperVia Antônio Carlos Sanches, por sua vez, também não conseguiu convencer com seus argumentos. Os vacilos eram tantos que o presidente da Agentrans enviou um relatório totalmente desatualizado para os integrantes da CPI, o que causou profunda irritação na presidente da Comissão Lucinha: “o senhor deve admitir ser muita falta de zelo e consideração para com essa comissão esse documento faltando uma série de dados” — comentou.
Estação ou Boca?
Uma das maiores dificuldades do governo do Estado em relação ao sistema de transporte realizado por trens são as muitas “bocas” — locais onde se compra maconha ou cocaína — que acontecem ao ar livre funcionando em tempo integral. O governo chegou a criar um força tarefa composta por integrantes da polícia Militar e Civil —, que estão elaborando um organograma de trabalho. As 12 estações mais problemáticas são as seguintes: Manguinhos, Guapimirim, Surui, Magé; Parada Angélica, (Duque de Caxias)Senador Camara, Barros Filho, Costa Barros, Parada de Lucas, Vigário Geral, Jacaré, Honório Gurgel, Del Castilho.
“Tem secretario que entende tanto de transporte quanto entendo de aviação, ou seja: absolutamente nada”
Deputado Luiz Paulo durante a CPI
Não vai terminar em pizza
Ao contrário de outras Comissões Parlamentares de Inquérito que quando são instaladas o cheiro de pizza já se espalha pelo ar, essa seguramente, por sua composição não terminará em pizza. Além de ter Lucinha (PSDB) uma usuária do sistema de trens e indignada com os serviços precários oferecidos tem como vice-presidente Eliomar Coelho, que já comandou uma CPI relacionada aos transportes e conhece bem como o sistema funciona. O relator é Waldeck Carneiro (PSB) e tem ainda a deputada Martha Rocha (PDT) como membro efetivo. São parlamentares sérios comprometidos com seus mandatos e que, certamente, vão apurar a fundo, todas as irregularidades.
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