Marta Rocha: "A manifestação pelos bondes é justa e terá meu total apoio"

Deputada integrante da CPI dos Transportes em 2018 se fará presente na Audiência Púbica

do próximo dia 20 e deve comparecer ao ato “Marco 27” em Santa Teresa

O "Marco 27" é uma manifestação criada pelos moradores que acontece desde o dia 27 de agosto de 2011, após o trágico acidente que matou seis pessoas e feriu outras 56.

Esse ano, além do ato, os moradores conseguiram uma audiência pública que acontecerá

na ALERJ no próximo dia 20, às 14h e será transmitida pelas redes sociais

A deputada Martha Rocha que concorreu à prefeitura do Rio pelo PDT foi uma figura importante na Comissão Parlamentar de Transporte – CPI dos Transportes de 2018 -, que apurou e denunciou várias irregularidades nos modais de transporte da cidade e do Estado. Ela diz olhar com extrema admiração a luta dos moradores de Santa Teresa em defesa dos bondinhos e pela preservação do bairro:

- Estarei na Audiência Pública do próximo dia 20 e obviamente não medirei esforços para estar no “Marco 27”. ( O Marco 27 é um ato que acontece todo 27 de agosto desde o tragico acidente que matou cinco pessoas e feriu outras 56) O Marco 27 é muito mais que um evento, é um acontecimento no qual os moradores se manifestam pela memória de uma tragédia que poderia ter sido evitada e ao mesmo tempo permanecem em estado de alerta contra as investidas de sucessivos governantes que insistem nessa ideia de um bonde privatizado e para turistas, quando o desejo dos moradores é um bonde popular e que atenda a comunidade.

Ela não esconde o carinho especial que tem pelo bairro que, em sua opinião deveria receber um outro tratamento de nossos governantes:

- Esse desejo de privatização dos bondinhos expressa a falta de compromisso com essa questão. Todos sabem que Santa Teresa por suas características - arquitetura, cultura, história -, e também por ser um atrativo para os turistas é sempre um lugar atrativo. Manter o sistema de bonde atendendo às reivindicações dos moradores é sinônimo de preservar tudo que o bairro representa. É preciso um bonde que cuja proposta não seja a de atender aos turistas, mas que acima de tudo, atenda aos moradores. Essa luta, essa percepção não pode ser desviada, pois esse é um tema que parece não fazer parte da agenda de nossos governantes.

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CPI de 2018 prova que transporte é sempre uma guerra

A instalação da denominada CPI dos Transportes instalada em 2018 é uma prova de que a relação entre o poder publico e os “Barões do Transporte” alcunha a que passaram a ser chamados os donos de empresas de ônibus é sempre uma guerra.

A instalação da CPI foi uma luta árdua e com muitas idas e vindas. A pressão sobre os parlamentares era de tal ordem, que depois de ter obtidas as 27 assinaturas necessárias para o início das investigações, por razões que a própria razão desconhece, seis deputados - Luiz Martins, Zaqueu Teixeira e Jânio Mendes (todos do PDT), Jorge Felippe Neto, Márcia Jeovani e Milton Rangel (os três do DEM), decidiram retirar suas assinaturas, o que impediria a instalação dos trabalhos, uma vez que não teria o números de assinaturas necessárias.

A CPI só aconteceu pois a relação dos 27 deputados que aprovaram o inicio dos trabalhos, já havia sido protocolado na Mesa Diretora e, diante disso, a Justiça, entendendo que havia algo de estranho no ar e respeitando o Regimento Interno da ALERJ – Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro -, não aceitou a retirada dos nomes e determinou que a Comissão fosse instalada.

Foi nesse momento que Marta Rocha que é delegada de policia, criada na Penha e acostumada a pressões passou a ter um papel importante. Ela não recuou, se manteve firme e teve uma atuação das mais destacadas nas investigações. Ela relembra todo aquele processo e das dificuldades encontradas:

- Trabalhamos arduamente, enfrentamos várias tentativas de boicote, mas conseguimos realizar um excelente trabalho e apontar muitas irregularidades entre o poder publico e os empresários dos meios de transporte. Resta daquilo tudo uma sensação de alívio pelo belo trabalho realizado e uma sensação de frustração pelo muito pouco que foi feito - finaliza.