A musicalidade do cinema no Cine Santa
Cine Santa inova e apresenta exposição com capas de
discos sobre trilhas musicais feitas para o cinema
Capas de discos que fizeram grande sucesso no cinema em exposição no Cine Santa
Os cinéfilos de todas as partes da cidade, os moradores de Santa Teresa em especial, e aqueles que estiverem visitando o bairro terão a rara oportunidade de relembrar a potencialidade musical de grandes produções cinematográficas através de capas de disco que marcaram nossa memória. A galeria do cinema inaugurou nessa quinta (09) a exposição “Quando a música faz seu filme” que mostrará a capa de 70 discos com músicas inesquecíveis e marcantes feitas para o cinema.
A exposição que que fica em cartaz até o próxima dia 10 de janeiro foi possível através da parceria entre os administradores do cinema e o Dj e produtor cultural Mustapha Baba Aissa, um argeliano apaixonado pelo Rio. Alguma dessas capas, mostram filmes de grandes sucessos e outras verdadeiras raridades a exemplo de Amadeus, E.T, Blade Runner e Metrópolis.
Um apaixonado pela música
Mustapha que já tocou em várias partes do mundo é um apaixonado por capa de discos
A melhor definição para Mustafá que se dispõe a abrir sua coleção para expor seu acervo, seria o de uma pessoa absolutamente apaixonada pela música e muito especialmente pelo disco de vinil. Seu apartamento em Santa Teresa é um verdadeiro “Santuário Musical”, como ele mesmo define. Seus olhos chegam a brilhar e sua face ganha um expressão de profunda alegria quando fala de sua relação com a música:
- Eu não saberia definir essa relação. A música esta em mim, faz parte de mim”. Sempre me encantei com capas de discos desde criança e esse encanto foi se transferindo para a para a música. Passou a ser uma coisa só – acrescenta.
Colecionar discos, livros e tudo que se relaciona com a música não se tornou uma paranoia ou uma obsessão, ao contrário, é um grande prazer e algo que causa profunda alegria no colecionador. As 80 capas de disco que vai expor – todas exclusivamente sobre filmes – representam muito pouco perto dos quase 10 mil discos que hoje acredita possuir:
- Muitas pessoas me perguntam quantos discos tenho e confesso que hoje já não faço ideia. Tenho pouco menos de 10 mil discos todos catalogados, divididos por temas – romance, ficção. aventura, ficção.
Descendente de família argelina Mustapha já morou em várias partes do mundo - Inglaterra, França, Ilhas Canárias, Grécia, Colômbia, Estados Unidos -, mas há 20 anos fixou residência no Brasil. Já residiu em Búzios, São Paulo, Florianópolis, mas admite que o lugar que verdadeiramente o encantou e escolheu para viver foi o Rio e, muito especialmente, em Santa Teresa. Sua relação com a música vai muito além do que se possa imaginar. Durante quase 20 anos trabalhou como DJ percorreu o mundo tocando em diversos lugares:
- Eu fiz da música meu oficio. Conheço muitos lugares e pessoas em razão da música. Percorri muitas cidades e visitei vários países me apresentando e levando música para as pessoas. Já toquei na China, Japão, Dubai, Estados Unidos, Canadá, quase toda a América Latina, e vários países da Europa. Só faltou mesmo a África.
Com a pandemia, o Dj que além de seu acervo tem um estúdio onde realiza gravações se viu obrigado a dar um tempo. Cauteloso, desde o inicio das restrições evita receber pessoas em casa e cumpre todas as normas sanitárias exigidas. Se demonstra sempre uma pessoa tranquila e bem humorada e confessa não ser um amante das plataformas digitais. Apesar de empreender comprando e vendendo discos, existe uma parte de seu acervo que considera inegociável:
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- Muitas pessoas quando chegavam aqui, olhavam e se interessavam por um ou outro disco, mas existem muitos discos que considero inegociáveis, dentre eles, a primeira gravação de Miles Davis de 1959 e todos que tenho de Victor Assis Brasil. Hoje recebo menos visitas, pois a pandemia e, consequentemente, as medidas sanitárias mudaram totalmente nossas vidas. Foi algo absolutamente inesperado. Procuro me cuidar e me preservo da melhor maneira que posso e seguindo todas as recomendações. Antes, com o pequeno estúdio que tenho, realizava trabalho para terceiros e sempre recebia amigos para conversar e ouvir música, mas tive que parar com tudo isso, e pretendo retomar à medida que os pesquisadores forem criando mecanismos para aniquilar o vírus. Não sou exatamente um amante da música digital e das plataformas e fico aqui no meu canto curtindo meus discos – encerra .
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