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Virgilio Virgílio de Souza

Sérgio Castro no Centro da polêmica em Santa Teresa


Para os moradores razão da retirada da banca é o espaço no qual o Armazém São Joaquim, reformado pela imobiliária Sérgio Castro, quer para colocar mesas e cadeiras. A imobiliária tem um escritório de compra no mesmo casario


A AMAST — Associação de Moradores de Santa Teresa — entrou na briga e também quer explicações para a retirada da banca de jornal que funcionava há 40 anos no Largo do Guimarães. A remoção que ocorreu na última sexta-feira (07), causou e continua causando muita polêmica, indignação e revolta. Os moradores não perdoam a ação truculenta da Secretaria de Conservação que cortou a banca ao meio e deixou o equipamento totalmente destruído.

Nesse sentido, a AMAST em reunião realizada na noite da última quarta-feira, no Casarão dos Guimarães, decidiu convocar uma grande manifestação para esse sábado (14), às 16h no Largo do Guimarães. O presidente da entidade Paulo Saad disse que a principal finalidade do ato é preservar o espaço de onde a banca foi retirada e garantir ao Sr. Souza, proprietário da banca, o direito de manter no local seu equipamento:

- Inicialmente conversei longamente com o Sr. Souza, ele me disse da disposição de continuar com a banca e vamos lutar por isso. Marquei um encontro com a advogada que o Sr. Souza constituiu para saber exatamente como tudo ocorreu. É preciso ficar claro, que a luta vai além. Queremos que seja mantido o espaço de onde a banca estava instalada, pois, aquela área foi uma conquista da comunidade. É um lugar onde haviam bancos para os moradores sentarem, conversarem e curtirem o bairro. Sob nenhuma hipótese, não admitiremos que o espaço seja privado e transformado em um local para serem colocadas mesas e cadeiras. A Associação e os moradores lutam contra esse processo de ocupação das calçadas por mesas e cadeiras e não queremos isso em Santa Teresa. O bairro tem características diferentes, as calçadas são muito estreitas e as mesas e cadeiras teriam que ficar na rua o que seria prejudicial a todos — salientou.


Moradores se solidarizam e

culpam imobiliária Sérgio Castro

Na segunda, o vereador Chico Alencar se reuniu com moradores na calçada no Armazém São Joaquim e na quarta a AMAST se reuniu e decidiu por uma manifestação


Os moradores já encontraram um responsável para a retirada da banca e pela exploração imobiliária que pretende se implantar em Santa Teresa: os dedos estão apontados para a Imobiliária Sérgio Castro que compra antigos imóveis para reformá-los e posteriormente alugá-los ou vendê-los. A Cláudio Castro foi responsável, por exemplo, pela reforma do Armazém São Joaquim, alugado para um argentino e localizado no mesmo espaço em que a banca estava instalada. Segundo os comentários no bairro a intenção com a retirada da banca é que o Armazém possa colocar mesas e cadeiras naquela área.

A Sérgio Castro, segundo esses mesmos moradores, é uma das principais incentivadoras do “Projeto Reviver o Centro”, que tem a inciativa da Secretaria de Urbanismo e, cuja principal proposta, é transformar casarões antigos em espaços comerciais. O projeto, por um lado, tem a simpatia do prefeito Eduardo Paes e a defesa fervorosa do secretário Washington Fajardo e, por outro, recebe muitas críticas. Na opinião dos opositores, inclusive de arquitetos renomados, é uma iniciativa excludente, com o claro objetivo de descaracterizar o Centro, afastar os antigos moradores trazendo uma nova classe social, num claro processo de gentrificação.


Bairro abraça totalmente a causa

Além da manifestação marcada para esse sábado, outras manifestações já aconteceram em Santa Teresa, em solidariedade ao Sr. Souza. A banca foi retirada na sexta e, no sábado (08), um grupo de moradores marcou através das redes sociais um protesto contra a retirada da banca. Apesar do número reduzido de participantes — apenas 20 —, o ato serviu para mostrar que Santa Teresa é um bairro unido e disposto a lutar por sua preservação e por sua história.

Chico Alencar após se encontrar com Sr. Souza fez um duro discurso na Câmara dos Vereadores. O assunto chegou à Assembleia Legislativa onde a deputada Tia Ju criticou de forma enfática a retirada da banca e o secretario de Ordem Pública Brenno Carnevari


Na segunda-feira à noite, o vereador Chico Alencar se reuniu com um grupo de moradores e o proprietário da banca para saber exatamente o que havia acontecido. Na tarde de terça-feira, durante a sessão plenária da Câmara dos Vereadores, o parlamentar realizou um duro pronunciamento falando das arbitrariedades cometidas na retirada da banca:

— Independente do fato da prefeitura ter apresentado ou não uma notificação, nada justifica a ação truculenta dos funcionários da Secretaria de Conservação que destruíram totalmente a banca. Vamos apurar os fatos, saber exatamente o que aconteceu e tomarmos providencias — comentou.

As manifestações contrárias à retirada da banca chegaram também à ALERJ — Assembleia Legislativa do Estado do Rio —, onde a deputada Tia Ju (Republicanos) foi dura e enfática contra o secretário de Ordem Pública Brenno Carnevare:

- Preciso entender porque uma banca que recebeu concessão da prefeitura foi retirada de forma tão violenta e truculenta. Quero saber do Sr. Secretario de Ordem Pública Brenno Carnevare quem irá pagar os danos patrimoniais de Sr. Souza que arcou com grandes prejuízos dessa ação descabida. Pelas informações que tenho chegaram a acusar o proprietário da banca de estar vendendo drogas e coisas indevidas, o que é uma mentira. O proprietário da banca tem total apoio dos moradores e entrarei com um requerimento pedindo explicações à Secretaria de Ordem Pública — afirmou.



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