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CPI dos Trens vai descobrindo a precariedade do sistema


Deputados querem o retorno do trem expresso no Ramal Santa Cruz que deixou de circular desde o início da pandemia


Deputados foram observar de perto as mazelas do sistema de trens no Rio de Janeiro administrado pela SuperVia


Depois de uma série de irregularidades, dentre elas, estações que servem como ponto de venda de drogas a céu aberto, várias estações sem banheiro, e uma série de vantagens à Supervia, como, por exemplo, a posse de terrenos do Estado que foram repassados para a concessionária, os deputados integrantes da CPI dos Trens - Comissão Parlamentar de Inquérito dos Trens, da ALERJ - Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro – fizeram, nesta segunda (02/05), uma vistoria no ramal ferroviário de Japeri, na Baixada Fluminense, um dos principais do sistema operado pela empresa e mais uma vez pode se observar o sacrifício ao qual os usuários estão submetidos..

Durante a inspeção, a deputada Lucinha (PSD) que é presidente do colegiado, destacou que é preciso abrir uma excepcionalidade no decreto de calamidade pública, para que o trem expresso volte a percorrer as 34 estações do trajeto que vai de Santa Cruz à Central do Brasil o que não ocorre há dois anos com o início da pandemia:

- Na estação Deodoro, as pessoas saem correndo para pegar outra plataforma para embarcar em outro trem expresso que vai para a Central do Brasil. É um deslocamento desnecessário. Queremos fazer esse levantamento para que, no relatório final, a gente possa apontar que a Supervia é a grande responsável por esse serviço precário. Vou solicitar essa excepcionalidade, para que esse decreto não vigore nos transportes públicos, já que comércio, indústria e serviços já estão sendo normalizados. É uma demanda antiga da população de Santa Cruz, são mais de duas horas no trem”, disse Lucinha.

O presidente da AGETRANSP - Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias, Murilo Leal, justificou dizendo que o funcionamento do trem expresso foi interrompido durante a pandemia.

- Essa mudança foi autorizada pelo decreto que regulamentou o estado de calamidade pública, para tentar cumprir o distanciamento social que era necessário naquele momento” - explicou.

Integrante da comissão, o deputado Luiz Paulo (PSD) ressaltou que identificou os mesmos problemas verificados na vistoria realizada na última segunda-feira (25/04) no ramal Santa Cruz - lixo nas margens da linha férrea, buracos nas paredes, dormentes em mau estado, falta de acessibilidade. De acordo com o parlamentar, o valor da passagem não é condizente com o serviço ofertado à população fluminense:

- Nas estações de Santa Cruz nem banheiro tem. O sistema de drenagem está todo entupido, há um matagal imenso e muita sujeira. O ramal ferroviário é o que organiza o transporte na Região Metropolitana, e com esse transporte precário há perdas de emprego e consequentemente queda no desenvolvimento econômico e social. O Pacto RJ deveria investir recursos para reestruturar o sistema ferroviário”, afirmou Luiz Paulo.

O deputado Waldeck Carneiro (PSB) apontou que a atuação da comissão conteve o aumento de 40% no preço da passagem e enfatizou que o governo do estado precisa inspecionar a qualidade do serviço prestado pela Supervia.

- É necessário que haja uma fiscalização rigorosa e qualificada na concessão. A Agetransp, em sessão da CPI, afirmou que só conta com dez fiscais em convênio com a Central Logística para fiscalizar 270 quilômetros de malha ferroviária e 104 estações. O interesse público do usuário, do trabalhador que pega o trem diariamente não está sendo levado em conta”, observou o parlamentar.

Também participaram da vistoria as deputadas Martha Rocha (PDT) e Enfermeira Rejane (PCdoB), além do deputado Eliomar Coelho (PSol). Foto da visita dos deputados - Divulgação da Assessoria de Comunicação da ALERJ

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