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Dias de solidão, angústia, desesperança...

Deputados falam da emoção e impotência que sentiram após visitarem uma cidade totalmente destruída pelas enchentes


Os moradores de Petrópolis olham pra o céu sem esperança de que um milagre possa vir dos céus. Março se inicia – e as águas de março ainda não fecharam o verão -, desde o último dia 15 de fevereiro, depois que a cidade foi devastada pelas fortes chuvas não há nada a comemorar ou a agradecer.

O imediatismo das câmaras dos canais de TV trocaram o foco e se fixaram na destruição da Ucrânia e para o céu e a destruição em Kiev, mas até essa segunda, dia 28; em Petrópolis, que parece ter sido devastada por uma guerra, a angustia continua tomando conta da histórica cidade. Pessoas trabalhadoras e pacatas temem e tremem: as chuvas não param e a cidade já contabilizou 223 mortos e 26 pessoas permanecem desaparecidas, segundo o portal da Policia Civil do Rio de Janeiro.

Eleitos para cuidar do Estado e pela bem estar e segurança da população, muitos deputados, quando souberam do ocorrido, imediatamente se deslocaram a Petrópolis ou foram à cidade no transcorrer da semana. Os depoimentos que prestam sobre o que viram é angustiante e dá a dimensão exata do que a cidade e seus moradores estão vivendo.

Muito além dos discursos, os deputados decidiram prestar auxílio da maneira que podiam às vítimas das chuvas. Naquela mesma noite do dia 15, André Ceciliano que é presidente da ALERJ – Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro -, esteve em Petrópolis e deixou a cidade profundamente sensibilizado. No dia 16, propôs e viu aprovado em votação emergencial o Projeto de Lei 5.412/22 que destina R$ 30 milhões em apoio às vítimas da destruição. A votação foi acordada entre os parlamentares no Colégio de Líderes que antecedeu a sessão plenária. O repasse será feito ao município com recursos do Fundo Especial da Alerj. Após a votação Ceciliano comentou:

- O estado já disponibilizou equipamentos, caminhões, máquinas, colchonetes, cesta básica e precisamos agora de um recurso emergencial para ajudar a prefeitura de Petrópolis. Convocamos, então, o Colégio de Líderes, aprovamos a votação e em seguida os projetos, e já estamos remetendo ao governo do estado”, comentou.

Os deputados também aprovaram em caráter emergencial uma alteração no programa Supera RJ, que concede auxílio mensal de até R$ 300 às famílias mais pobres. Com a mudança prevista no Projeto de Lei 5.413/22, os beneficiários do programa que moram na cidade poderão acumular outros benefícios e auxílios dados pela prefeitura ou pelo Governo Federal. O acúmulo só será permitido quando a prefeitura decretar estado de calamidade pública.

Os parlamentares que foram acompanhar de perto as tragédias ocorridas em Petrópolis não conseguiam esconder a perplexidade com o que viram. Ao descrever as cenas que acompanharam, ainda demonstram tristeza nos olhos e uma sensação de impotência. Em seguida, alguns desses relatos:


André Ceciliano – PT

“As cenas eram angustiantes. O sofrimento e desespero das pessoas me deixaram profundamente emocionado, angustiado e fragilizado. Parecia cenas de um bombardeio, de uma guerra ou da passagem de um tsunami. Deixei Petrópolis muito triste e tudo que vi aumentou ainda mais minha responsabilidade em tentar fazer alguma coisa por aquelas pessoas”.


André Ceciliano, Val da Ceasa e Monica Francisco falam da emoção e da dor na visita que fizeram a Petropolis



Flávio Serafine (PSOL)

“São cenas de uma realidade angustiante. Causa profunda angustia ver pessoas procurando familiares, amigos, conhecidos... Corpos. Já vi essas cenas em outras ocasiões em que aconteceram esses desastres e sempre dói a alma e causa uma sensação de grande impotência. Em cada uma dessas ocasiões fica evidenciado a falta de atenção de nossos governantes com a parcela mais frágil da sociedade. Faltam políticas públicas que possam evitar essas tragédias e tanta dor”.

Lucinha – PSDB

“Fica difícil falar sobre o que vi em Petrópolis. Fiquei muito impactada ao ver pessoas enterradas na lama. Era muito sofrimento espalhado por todos os lados. Cenas muito fortes”.

Monica Francisco (PSOL)

“As cenas eram fortes, o sofrimento era grande, mas vi em toda aquela tragédia muita solidariedade. A organização dos moradores, um procurando ajudar o outro era algo admirável. Sou favelada e nesses momentos as pessoas sempre se juntam e ali, muito mais que se juntarem pareciam uma grande família. Era muita solidariedade em meio ao caos, à tragédia. Tudo que aconteceu demonstra mais uma vez a falta de cuidado e a ausência do poder público”.

Rodrigo Amorim

Tenho muitos amigos e conhecidos em Petropolis e não vou negar que as cenas que vi foram muito forte e vão me marcar pelo resto da vida. Não dá para descrever a sensação de paralisia e assistir de forma impotente ver se perdendo. Uma cena em particular me deixou muito impactado quando vi uma mãe gritando para a filha: “Duda, mamãe tá aqui”. Era o retrato da tragédia, do sofrimento e da esperança”.

Val da Ceasa – Patriota

“Fiquei extremamente emocionado e me senti completamente impotente. Parecia um cenário de guerra. Sofrimento e desespero na face de mulheres, crianças, homens, famílias inteiras. Fica muito difícil descrever o que vi. Dentro de minhas possibilidades reuni amigos comerciantes e ajudamos e estamos ajudando de todas as formas que podemos. Eram cenas tristes e fortes".


Pontos de apoio

O município mantém 14 escolas abertas para o acolhimento dos moradores de área de risco. Até o momento, 875 pessoas estão abrigadas nesses locais.

Endereços:

1. E. M. Papa João Paulo II - Rua São Sebastião, 625 – São Sebastião

2. E. Germano Valente - Rua Dr. Sá Earp, 88 – Centro

3. E. Rubens de Castro Bomtempo - Rua Permínio Schimidt, s/n – Vila Felipe

4. CEI Chiquinha Rolla - Rua Campos, s/n – Quitandinha

5. E. M. Geraldo Ventura Dias - Serra Velha da Estrela, s/n – Meio da Serra

6. E. M. Duque de Caxias - Travessa Luciano Camarota, 78 – Quissamã

7. E. Paroquial Bom Jesus - Rua Dr. Thouzet, 820 – Quitandinha

8. E. M. Alto Independência - Rua Leonor Maia, 1.056 – Alto Independência

9. E. M. Joaquim Deister - Rua Dr. João Glass Veiga, s/n – Floresta

10. E. Comunidades Santo Antônio - Rua Coronel Albino Siqueira, 197 – Alto da Serra

11. E. M. Maria Campos - Rua Buenos Aires, 108 – Centro

12. E. São João Batista - Rua Luiz Winter, s/n - Duarte da Silveira

13. E. Paroquial Nossa Senhora da Glória - Rua Augusto Severo, s/n – Morin

14. Colégio Estadual Rui Barbosa - Rua Alynthor Werneck, 65 – Alto da Serra




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