Eduardo Paes homologa Reviver o Centro"
Projeto quer converter imóveis comerciais abandonados
em empreendimentos residenciais,
Foi no Rio Scenarium localizado em uma vazia e quase abandonada Rua Lavradio com quase 70% dos estabelecimentos fechados em razão da crise, que o prefeito Eduardo Paes escolheu para sancionar o "Projeto Reviver o Centro". Acompanhado de vereadores, assessores e poucos comerciantes e moradores o projeto foi aprovado na Câmara dos vereadores no dia 22 de junho, e tem por objetivo criar incentivos urbanísticos para a construção de moradias, prevendo a a conversão de prédios comerciais em residenciais ou de uso misto na região do Centro da cidade.
A assinatura não poderia ocorrer num lugar mais oportuno e emblemático: a Rua do Lavradio foi a primeira rua residencial da cidade, é parte importante da cidade por ligar os Arcos da Lapa à Praça Tiradentes, mas a exemplo de outras partes do Centro – Praça Tiradentes, Praça da Cruz Vermelha e Lapa - vem sofrendo um imenso vazio nos últimos anos. Num primeiro momento, moradores e comerciantes sentiram a crise econômica que decretou a falência de muitos comerciantes e, logo em seguida, veio a pandemia que contribuiu definitivamente para a rua ver quase que toda sua parte comercial fechar as portas.
Apesar de criticado por uns e olhado com desconfiança por outros, que acreditam que a proposta é elitista, tem o objetivo de dar continuidade a revitalização iniciada pelo prefeito na Zona Portuária, ou criticam, ainda, a denominada “Operação Interligada”, em que empreiteiras que investirem na recuperação ou construção de imóveis residenciais na região central ganham o direito de construir em outros bairros como Copacabana, Ipanema e Tijuca, Eduardo Paes é otimista esperançoso. Ele acredita, de fato, que o Centro vai reviver. Em sua la disse entender os opositores e as criticas, fez questão de agradecer à Câmara dos Vereadores e não perdeu a oportunidade para alfinetar aqueles que desacreditam da política:
- O Centro passou por um momento muito difícil com essa pandemia. Casas que dependiam de aglomeração e de um grande público tiveram que fechar as portas. Não tenho dúvidas de que essa é a melhor área para se trabalhar e viver. Tem museus, casas de show, espaços culturais, uma excelente vista da cidade, o aeroporto o Santos Dumont, e o VLT para se deslocar. Existe uma série de meios de transportes e uma infra-estrutura pronta. Muitos criticam e questionam o projeto, mas isso faz parte, pois ninguém é o dono da verdade. Esse é meu terceiro mandato e não acho que tenha domínio total todos os problemas da cidade e, nesse sentido, quero agradecer aos vereadores que agilizaram esse trabalho e aprovaram o projeto. Curioso é que de uns tempos para cá, muitos passaram a negar a política, a negar os políticos, mas o debate sobre a cidade deve se dar e tem que se dar na Câmara dos Vereadores. Não vou aqui seguir o exemplo de outros é ficar lamentando que a prefeitura não tem dinheiro. Equilibramos as finanças, já temos dinheiro em caixa e vamos fazer essa cidade voltar a prosperar.
Além de construções de novas residências e a transformação de antigos prédios, o Reviver o Centro cria condições para a implementação de um programa de locação social, voltado às famílias de camadas sociais mais frágeis, com o objetivo de oferecer imóveis para aluguel a valores subsidiados, Com isso, a ideia é atrair para o Centro várias faixas de renda de moradores. Outra medida é a criação do Programa de Moradia Assistida, que visa a amparar com moradia temporária pessoas em vulnerabilidade social, até a sua reinserção comunitária.
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Fajardo: É uma tendência mundial
O principal mentor e incentivador do Reviver o Centro é o Secretário Municipal de Planejamento Urbano Washington Fajardo. Sempre que pode ele fala dessa tendência mundial que são os governantes investirem e revitalizarem seus Centros históricos:
- Muitas cidades do mundo estão investindo e reinventando seus centros históricos e não podemos negar que o Centro do Rio é um dos mais bonitos e atraentes do mundo. Essa área da cidade representa a confluência da civilização brasileira. Esse projeto quer fortalecer a condição do Centro do Rio como um dos principais centros urbanos do país apresentando soluções para o esvaziamento da região. O olhar cuidadoso com a situação de numerosos imóveis vazios ou sub utilizados na região visa ainda solucionar a realidade da insalubridade e dos riscos à saúde pública. Buscamos essa requalificação urbana, e vamos transformar a realidade dessa região – afirmou.
Residência tem que ser o objeto de desejo
Outro entusiasmado com o projeto é Cláudio Hermolin presidente da ADEMI - Associação das Empresas do Mercado Imobiliário. Ele não esconde sua confiança com a nova legislação.
- O que faltava ao Centro era um objeto de desejo que era residência. Faltava tornar o centro uma área residencial. É óbvio que todo mundo quer investir em uma das áreas mais importantes da cidade, com sua história, sua cultura, seus museus e sua beleza arquitetônica, Nós, do mercado imobiliário, entendemos que o projeto Reviver Centro vai sim estimular as empresas a executarem projetos de conversão, novas construções, gerando moradias, para que as pessoas possam ter novamente o centro da cidade com vida 7 dias por semana, 24 horas por dia, gerando não só emprego e renda, mas também nova valorização do centro da cidade".
O otimismo da ADEMI e, consequentemente, das construtoras faz sentido: o Reviver Centro conta também com uma parte tributária, que prevê a concessão de benefícios fiscais para estimular a requalificação de imóveis na região central, com fomento à ocupação residencial e construção de novas unidades residenciais. A proposta contempla isenções para realização de retrofit; construção de novas edificações residenciais ou mistas; locação social; restauração, adaptação, completa recuperação e conclusão das obras de imóveis em péssimo estado de conservação; e conclusão de obras paralisadas em estágio de estrutura.
A cerimônia de sanção contou ainda com a presença do secretários municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação, Chicão Bulhões; do subprefeito do Centro, Leonardo Pavão, e dos vereadores Dr. Rogério Amorim (PSL), Alexandre Isquierdo (DEM), João Mendes de Jesus (Republicanos), Marcio Santos (PTB), Marcelo Diniz (Solidariedade), Felipe Boró (Patriota), Vitor Hugo (MDB), Luciano Medeiros (PL), Jones Moura (PSD), Tânia Bastos (Republicanos) e Rosa Fernandes (PSC).
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