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Virgilio Virgílio de Souza

Já deu: Eduardo Paes sem paciência com esculhambação

Atualizado: 2 de mar. de 2022

Prefeito se reúne com moradores de 31 associações de moradores e representantes da organização civil e promete “passar o rodo" na esculhambação que tomou conta da cidade. Bar Bukowiski, interditado nessa quinta (25) à noite é o primeiro exemplo


Zona Sul, Centro, Santa Teresa e Meier sofrerão ações rígidas. Secretario de Ordem Pública Breno Cavalieri promete agir com rigor.


Definitivamente a paciência dos moradores e do prefeito Eduardo Paes com os estabelecimentos - bares, restaurante e casas de shows - responsáveis pela esculhambação se espalhou pela cidade acabou. A maior evidencia do fato foi a interdição do Bar Bukowiski, em Botafogo, na noite dessa quinta-feira. A interdição do bar aconteceu horas depois de o prefeito ter tido uma longa reunião com representantes de 31 Associações de Moradores de bairros e entidades civis na Prefeitura.

O encontro promovido pela FAM-Rio – Federação de Associação de Moradores do Município do Rio -, e pelo Fórum da Cidadania reuniu representantes de praticamente toda Zona Sul, além do Méier, Barra, Jardim Oceânico, Rio Comprido, Centro e Santa Teresa. O prefeito estava acompanhado do Secretário de Ordem Pública Breno Carnevalle, do Subprefeito da Zona Sul Flávio Mello e do Coordenador Executivo de Diálogos Setoriais da Secretaria de Governo Armed Nemir que é ex-diretor do SindiRio e foi candidato a vereador pela Cidadania nas últimas eleições. Ao longo de três horas Paes ouviu atentamente as queixas e considerações de cada um dos moradores. Após o encontro estabelecimentos da Zona Sul, Centro, Santa Teresa e Méier entram na alça de mira da SEOP e devem ter o mesmo destino do Bukowiski

Deixando entender que estava diante de um problema complexo e que não tinha uma solução mágica nas mãos o prefeito chegou reprender e a solicitar que um dos representantes do governo que tentou se justificar ficasse em silêncio: "Não faça isso, não se justifique. Estamos aqui para ouvir os moradores e suas demandas. Vamos ouvi-los" - disse o prefeito. Em seguida demonstrando preocupação com o quadro apresentado, decidiu seguir as orientações dos moradores e determinou que sejam punidos todos os estabelecimentos que são permanentemente recorrentes:

Eduardo Paes recebe das mãos de Dulce Wilmersdorfer o documento elaborado pelo Fórum da Cidadania, lê com atenção às reivindicações e comenta: "Não podemos ter tolerância com essas pessoas que promovem o desordenamento e o caos na cidade"


- Em qualquer cidade do mundo os conflitos vão acontecer. Já fui subprefeito, vereador, secretário do meio ambiente e nunca vi algo assim. Entendo que o setor onde as pessoas se encontram foi o mais afetado, mas nada justifica os descasos e abusos. Participei de uma reunião com o setor de eventos e um dos representantes me disse que qualquer evento que se faça na cidade todos os ingressos são vendidos. Entendo isso como a necessidade das pessoas – principalmente os mais jovens -, saírem e se encontrarem depois de muito tempo em casa. Em tudo isso temos que lembrar que temos uma legislação que existe e precisa ser cumprida. Fico feliz com esse encontro, pois vocês se organizaram e vieram trazer esses problemas, mas existem muitas pessoas que sofrem com essa desordem e não se levantam e reclamam. Vamos ser rígidos, principalmente com aqueles que já foram autuados e são recorrentes. Parabenizo a vocês por fazerem esse trabalho sem qualquer remuneração e proponho que permaneçam em contato com a Secretaria de Governo com o Secretario de Ordem Publica e em 60 dias voltamos a nos reunir para vermos no que avançamos - Finalizou.

A queda de braço moradores e proprietários de bares, restaurantes, quiosques e casas de shows depois de ter passado por uma trégua durante a pandemia se acentuou consideravelmente nos últimos meses. São bares, restaurantes e casas de shows, que se valendo da omissão da Guarda Municipal, responsável por esse desordenamento na cidade, invadem as madrugadas com música alta promovendo muito barulho e espalhando mesas e cadeiras sobre as calçadas. O secretario de Ordem Pública Breno Carnevalle chegou a se mostrar surpreso com relatos dando conta da omissão e falta de iniciativa de agentes da Guarda Municipal.


Não é uma luta do Nós contra eles

Vice-presidente da FAM-Rio, presidente da Associação de Moradores de Botafogo e uma das responsáveis pelo encontro Regina Chiaradia argumentou com o prefeito que a perturbação adquiriu níveis insuportáveis, mas que em nenhuma hipótese as queixas dos moradores podem ser encaradas como uma queda de braço, uma briga do nós contra eles, como alguns querem sugerir:

Moradores consideraram a reunião com o prefeito altamente positiva


- Prefeito nós somos cariocas, gostamos de tomar um chope nas calçadas, gostamos dessa esponteidade da cidade, mas isso não pode ser confundido com um completo desordenamento urbano e uma bagunça generalizada. As pessoas estão aqui pelo direito de dormir e de ter um pouco de sossego – ponderou.

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O expediente médico Alexandre Kalache citando dados da OMS – Organização Mundial da Saúde -, falou ao prefeito dos males de todas as ordens causados por perturbações, ruídos e poluição sonora. Paulo Saad presidente da AMAST - Associação de Moradores de Santa Teresa - reclamou das casas de festa em Santa Teresa que perturbam permanentemente os moradores. Já Dulce Wilmersdorfer fundadora do Fórum da Cidadania que hoje congrega mais de 60 associações de moradores, além de representantes da sociedade civil se limitou a entregar ao prefeito um documento elaborado nos últimos 90 dias pelos integrantes do Fórum.

O documento é fruto de sucessivas trocas de mensagens de moradores de diversos bairros e se limita à poluição sonora e às mesas e cadeias nas calçadas. Os pontos principais desse levantamento abordam exatamente o desordenamento urbano em diversos pontos da cidade, propõe soluções e pede providencias em caráter de urgência ao executivo. Em linhas gerais, por mais diferente que seja o bairro, as queixas dos moradores é sempre a mesma: barulho, perturbação sonora, e a invasão de mesas e cadeiras sobre as calçadas.



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