Leonardo Pavão: um Subprefeito que desagrada

Atuação ruim do Subprefeito

respinga em Eduardo Paes

Em matéria divulgada pelo Jornal Capital Cultural em março deste ano, Leonardo Pavão indicado à subprefeitura pelo prefeito Eduardo Paes fez a seguinte declaração: "meu propósito é atuar com a participação dos moradores" e chegou a afirmar categoricamente: “sem a participação dos moradores meu trabalho se tornaria praticamente impossível. Dependo muito da opinião de quem mora no Centro para resolvermos as principais demandas existentes”

Pois bem, seis meses se passaram e os moradores, ao que parece, muito mais que não aprovarem a atuação de Leonardo Pavão questionam a real importância do cargo que ocupa, chegando a desconfiar das reais intenções do prefeito quando indica um nome à subprefeitura. Para muitos a subprefeitura que deveria ser um órgão de interlocução entre os moradores e a prefeitura, se transformou num cabide de empregos, um cargo meramente político para atender a interesses do prefeito e do executivo municipal com o objetivo de agradar vereadores para ter apoio nas votações da Câmara e também atender juízes desembargadores, patrocinadores de campanha e outras pessoas que já foram úteis no passado e ainda possam ter alguma utilidade no futuro.

Thiago Pedroso morador da Cruz Vermelha e administrador da página “O Morador é o Centro”, muito acionada pela comunidade do bairro de Fátima, Cruz Vermelha e Lapa, diz que o subprefeito no início se mostrou uma pessoa bem intencionada, chegou a fazer uma reunião e ter contato com os moradores, mas depois desapareceu:

Tiago Pedroso: O pavão ficou misterioso

- O problema é que o Pavão ficou misterioso. Essa área da Cruz Vermelha e Lapa e o Centro como um todo continuam com os mesmos problemas e as mesmas demandas da época do prefeito Marcelo Crivella. Ele esteve aqui na Cruz Vermelha, para uma reunião, logo no início de sua gestão, chegamos a realizar um mutirão para melhorias na Praça, mas tudo parou ai. Na ocasião, deixei claro a ele que queríamos uma parceria onde relataríamos os problemas, somaríamos esforços, inclusive colaborando em ações pontuais e ele, na medida do possível, buscaria resolver, mas ele infelizmente desapareceu, não resolveu nenhuma das demandas que apresentamos e não posso elogiá-lo, espero que ele seja mais atuante em nossa área e mostre pra o que veio - afirmou.

Berenaldo Lopes que administra a página “Centro Residencial” e também participou da reunião acima mencionada com o subprefeito é outro diz que não tem gostado da atuação do subprefeito e faz criticas em relação a postura de Eduardo Paes que se preocupa apenas com Zona Portuária, o Centro considerado comercial, deixando a área residencial totalmente abandonada:

Berinaldo: Preocupação é apenas com a Zona Portuária

- O Pavão age exatamente igual a seus antecessores, não conhece a região, chegou cheio de curiosidade e demonstrando boas intenções, mas depois desapareceu. Fizemos uma reunião com ele, lá no início. Ele fez uma série de promessas, mas como num passe de mágica sumiu e os problemas continuam. O problema do Eduardo Paes e, não é a primeira vez que isso acontece, é que ele olha apenas para o lado comercial sem se importar com os moradores e a comunidade. Parece que aqui não existe uma área residencial. Pontos importantes como Lapa, Cruz Vermelha, Bairro de Fátima estão entregues à própria sorte A preocupação de Eduardo Paes e, consequentemente do Pavão, é apenas com a Zona Portuária e aquele trecho da Rio Branco e Cinelândia. Agora inventaram esse projeto de Reviver o Centro que todo mundo sabe que é uma proposta que tem apenas o objetivo de investimentos na Zona Portuária. Em seus outros mandatos o atual prefeito fez a mesma coisa investindo tudo naquela região. O que ele fez de significativo pela Lapa, Cruz Vermelha, Bairro de Fátima e Praça Tiradentes dentre outras áreas. O Pavão não fez nada e nem vai fazer nada, pois esse não é um desejo do Eduardo Paes.

Quem também não tem motivos para elogiar Leonardo Pavão é o ex-presidente

do Conselho de Segurança do Centro João Luiz que mora na Praça Tiradentes. Ele tem sérias restrições ao trabalho do atual subprefeito:

João Luiz: "Não posso dourar a pena do Pavão"

- Lamento, mas não posso dourar a pena do Pavão. Com sua chegada - e lá se vão sete meses -, não mudou absolutamente nada nessa área da Praça Tiradentes. Ele simplesmente desapareceu. Os problemas são os mesmos. É como a subprefeitura do Centro não existisse. Enquanto a subprefeitura for uma indicação do prefeito para agradar seus interesses pessoais o papel de subprefeito será sem qualquer relevância. Não é a primeira vez que isso acontece, em várias outras ocasiões os subprefeitos - todos eles sem identidade com o bairro -, foram apenas figuras decorativas.

Uma moradora da Avenida Mem de Sá nas proximidades dos Arcos da Lapa, prefere não se identificar por ser funcionária da prefeitura também reprova a atuação de Eduardo Paes e do subprefeito:

- Não posso me identificar, pois trabalho na prefeitura e poderia sofrer retaliações. Enquanto moradora do Centro há 40 anos, penso que o desempenho de Pavão na subprefeitura é nulo. Ele não fará nada assim como os outros que passaram por aqui nada fizeram. É um cargo burocrático que não tem a finalidade de atender aos moradores, mas sim a função de atender políticos e empresários. Os que mais promovem baderna no Centro são os que mais frequentam o gabinete do Pavão. Nesse seu período as calçadas continuam lotadas de mesas e cadeiras e mesmo com a pandemia não conseguimos dormir em razão de casas que promovem shows e festas pela madrugada causando muito barulho. Mas os moradores do Centro não podem falar muita coisa, pois se estivessem mais atentos observariam a composição do Gabinete da Crise que tem a finalidade de apontar os problemas do Centro. Lá existe apenas um morador, uma pessoa que não mora no Centro, mas que se arvora a representar o Centro. A maioria do gabinete é composto por empresários e comerciantes. O subprefeito é ruim, mas morador do Centro não tem moral para reclamar de nada enquanto permitir que alguém que não mora e não tem qualquer identidade com o Centro, consiga com a conivência de pessoas que moram no Centro e vivem bajulando o prefeito, ir a reuniões com autoridades para falar em nome do Centro.

Resposta de Leonardo Pavão após o anúncio

Pavão se diz sobrecarregado e

mantém o desejo de administrar

com os moradores

Pavão: "Tenho que administrar 15 bairros, uma tarefa difícil"

Frequentemente Leonardo Pavão é visto com sua equipe circulando pelo Centro e tentando detectar os problemas existentes. Na última sexta-feira, dia 25 de junho estava nos Arcos da Lapa observando algumas irregularidades, dentre elas, bares e casas de show que não respeitam os moradores e promovem poluição sonora e outras que enchem as calçadas de mesas e cadeiras. Quando perguntado como avalia sua atuação desde que assumiu a subprefeitura, ele comentou que a carga de trabalho é muito grande, mas tem se esforçado ao máximo para equacionar ao problemas:

- Tenho trabalhado muito e incansavelmente. São 21h de uma sexta-feira e estamos aqui observando e anotando os problemas existentes para buscarmos uma solução. Tenho que administrar 15 bairros e, por mais que eu me esforce e me dedique é uma agenda muito difícil de se cumprir. Mantenho meu desejo de administrar ao lado dos moradores e vou intensificar agenda e buscar os moradores para resolvermos os problemas existentes.