top of page
Virgilio Virgílio de Souza

“O bolsonarismo é uma filosofia de vida”

Deputada Alana Passos que foi a mais votada dentre as mulheres nas últimas eleições, a exemplo do presidente, diz defender Deus a Pátria e a Família

Uma bolsonarista raiz, assim se define a deputada Alana Passos (PSL). Durante as discussões do Regime de Recuperação Fiscal que ocorreu nas últimas semanas na ALERJ – Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro – e sempre que tem oportunidade, não poupa criticas aos governadores Cláudio Castro e Wilson Witzel que, em sua concepção, viraram as costas ao presidente e traíram a causa pelas quais foram eleitos. Acusa Castro de não estar preocupado com a recuperação do Estado, pois se assim o fosse, não teria aumentado o numero de secretarias.


Sargento do Exército Alana chegou à ALERJ nas últimas eleições credenciada com 106.253 votos – a mulher mais votada no Estado e a terceira entre todos os candidatos -, além de ser a única mulher representante do PSL no parlamento estadual. Permaneceu no PSL mesmo após o presidente ter rompido com o partido, mas não esconde de ninguém que é uma bolsonarista convicta e assumida.


Mãe de duas filhas, uma de 11 anos e outra de oito meses, a deputada é torcedora do Vasco e não tem preferência por nenhuma escola de samba. Afirma que suas bandeiras de luta é a igualdade entre homens e mulheres, a redução da maioridade penal, a preservação dos princípios religiosos, o combate à "ideologia de gênero", a militarização em escolas, a defesa de uma escola sem partido e a proteção jurídica para policiais e luta contra o crime organizado.


Nessa entrevista ao Jornal Capital Cultural a deputada fala do machismo, de uma sociedade patriarcal e dos traidores do presidente. Explica também o que quer dizer quando afirma que o “bolsonarismo é uma filosofia de vida”. Expressão que frequentemente usa da Tribuna da ALERJ.


Capital Cultural - “ O Bolsonarismo é uma “Filosofia de Vida”. A senhora frequentemente usa essa expressão. Em sua concepção o que representa exatamente essa filosofia e no que ela se sustenta?

Alana – Sim, acho o bolsonarismo uma filosofia de vida que tem seus alicerces em Deus, na pátria e na família. Somos o oposto ao que estava posto, onde fomos perdendo a noção dos valores da pátria, da fé em Deus e o conceito da família tradicional. Esses são valores fundamentais que ficaram perdidos e foram sendo deteriorados. O Bolsonarismo veio para resgatar esses princípios. Esses valores de milhões de pessoas é uma filosofia de vida, pois a fé não é feita de forma individual e sim coletiva

Capital Cultural – A senhora acredita que o presidente Bolsonaro representa esses valores?

Alana – Ele foi o primeiro a ter coragem e a se orgulhar de levantar essas bandeiras. Ele veio numa contramão, em sentido contrário a permissividade que vivíamos em todos os setores da sociedade brasileira nos últimos anos.

Conceituada dentre os bolsonaristas Alana Passos se tornou uma das principais lideranças dos seguidores do presidente no Estado


Capital Cultural – A Assembleia Legislativa acabou de discutir o Regime de Recuperação Fiscal apelidado de “ Pacote de Maldades”. Para muitos, medidas de total responsabilidade do presidente, como a senhora analisa essa questão?

Alana – Ele encontrou tudo isso pronto e teve que levar esse pacote adiante. O que muitas pessoas não falam é que não foi presidente Jair Bolsonaro quem criou esse pacote e que a Câmara dos deputados aprovou. O que as pessoas não falam é que o muitos já consideravam ruim, ficou ainda pior com as alterações feitas pelos governadores Cláudio Castro e Wilson Witson. Sempre é preciso se encontrar um culpado e como ninguém quer assumir a responsabilidade, é mais fácil culpar o presidente. Para muitos ele é responsável por tudo de ruim que acontece no pais.


Capital Cultural – A senhora criticou de forma contundente o governador Cláudio Castro pelo Regime de Recuperação Fiscal. Qual a responsabilidade ele tem em tudo isso?

Alana – Primeiro porque ele alterou muita coisa, acrescentou muita coisa e piorou o que já era ruim. Na verdade ele não se preocupou com a realidade do servidor, não se preocupou com as consequências das mudanças que fez e a maneira como isso poderia piorar a vida do funcionalismo . Em segundo lugar, porque um governador com um mínimo de discernimento e, se de fato, estivesse preocupado com a recuperação fiscal dom Estado não poderia aumentar o número de secretarias ou conceder aumentos salariais no Tribunal do Estado. Ele agora tem o dinheiro da venda da CEDAE e nossa obrigação enquanto deputados e fiscalizar e saber exatamente onde será empregado cada um centavo dessa verba.

Capital Cultural – Wilson Witzel e Cláudio Castro, assim como João Dória se elegeram na onda bolsonarista e romperam com o presidente. O que aconteceu, a senhora considera que o bolsonarismo esteja fragilizado?

Alana – Não, muito ao contrário. O bolsonarismo ao qual me referi e que representa uma filosofia de vida, vai muito além de políticos de ocasião que se aproveitaram do prestigio do presidente, se elegeram e cometeram uma grande traição ao virar aos costas e passarem a criticá-lo. Essas pessoas agiram como impostoras, mas elas não são capazes de enfraquecer uma ideia. A maior evidencia dessa filosofia de vida que é o bolsonarismo, que não é algo individual, mas sim coletivo, foram os milhões de pessoas que foram às ruas no dia 7 de setembro. Ali se viu uma demonstração de força, de carisma, do que representa essa filosofia de vida.

Capital Cultural – Por outro lado, menos de um mês depois, no dia 12 de outubro, milhares de pessoas foram as ruas em oposição ao presidente. Como a senhora vê essa divisão do pais, com dois lados claramente opostos?

Alana – Desde que o mundo é mundo sempre ouve divisão. O que muitos precisam entender é que Jair Bolsonaro é o presidente, foi eleito democraticamente pelo voto e, que por isso, tem que ser respeitado. Houve uma eleição que aconteceu de forma direta e a maioria dos brasileiros foram lá e escolheram quem melhor os representava. É assim que funciona a democracia, mas muitas pessoas entendem que a democracia só funciona se sua vontade for feita.

Capital - A senhora fala numa ideologia de vida estruturada em cima da Deus, pátria e família, mas não lhe parece contraditório falar em Deus e fazer arminha com as mão ou um deputado de seu partido quebrar a placa de uma vereadora já falecida?

Alana – Eu sou militar, vivo cercada de armas e fazer arminha com a mão não é algo grave, acho que esse é também é o caso do presidente. Não vejo com maldade e entendo como um gesto normal para militares. Quanto à placa quebrada, não posso julgar a atitude do outro. Eu insisto em dizer que a sociedade brasileira entendeu o recado que foi dado durante a campanha presidencial e a proposta que seria implantada no pais. O presidente não mudou, permaneceu o mesmo e foram suas propostas e atitudes que o levaram à presidência. A sociedade brasileira assim o quis


Capital Cultural - Para concluirmos: vivemos em uma sociedade patriarcal e machista e a mulher encontra muitas dificuldades e barreiras. Como a senhora analisa essa questão?

Alana - Essa questão é muito complexa e sensível. As mulheres muito mais que serem capazes, passam por desconfianças de todas as ordens e em em todos os setores e precisam provar que são capazes. No exército, eram 200 homens e apenas eu de mulher, mas cheguei disposta a mostrar que seria capaz de fazer o mesmo, que tinha competência e disposição. Nunca quis provar nada a ninguém, pois sempre acreditei em mim. Essa coisa do machismo de não se respeitar as mulheres em toda potencialidade é algo injusto e cruel. Por outro lado quanto a uma sociedade que vive um sistema patriarcal eu acho que a família tem que ter um cabeça e o que chamamos cabeça da família tem que ser o esposo.

Comments


bottom of page