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O “mi...mi...mi...” da "pretitude" no Pós Carnaval.

Após todos os desfiles na Marques de Sapucaí o blábláblá e o mi...mi...mi... dos pretos se repete. Reclamam de tudo, mas

principalmente, do corpo de jurados ser composto por pessoas brancas e da Academia. Nesse carnaval de 2025 a história não foi diferente


Finda-se mais um carnaval e, mais uma vez, lamentações, lamúrias e protestos de alguns pretinhos que pensam representar a “pretitude” - pretos com atitudes -, e se injuriam com a ausência de negros nos cargos que decidem e dão as cartas no destino na Festa de Momo. Se repete, a choradeira de sempre. Meu Deus, esse povo só pode estar com problema... É um tal de Racismo Estrutural, Racismo Institucional, Racismo Cultural, Racismo Religioso. A grande questão só pode ser o "Racismo Paranoico" dessa gente que vê racismo em tudo. Não demora e vão falar que há um “Pacto da Branquitude”

Reclamam que o corpo de jurados é formado por pessoas brancas, em sua maioria, acadêmicos que não entendem de carnaval. Não sabem, ou fingem não saber, essa turma do “chororô”, que acham que reencarnaram Lelia Gonzalez, Abdias do Nascimento, Caó, ou do próprio Laila, tema de enredo que ganhou o carnaval, que os pretos são competentes e extremamente capazes desde que fiquem em seus devidos lugares. Sim, são ritmistas, passistas, mestre-sala, porta-bandeiras, puxadores de samba e todas essas coisas que os pretos que representam as crias da “Flor da Terra”, enredo da Mangueira, sabem fazer como ninguém.

Porém, contudo, todavia e entretanto, analisar toda essa criatividade, toda essa genialidade, aí é outra conversa. Nesse caso, o buraco é mais embaixo. É preciso ser muito competente e ter olhos atentos, para saber se estava tudo em harmonia, se a bateria fez seu papel com desenvoltura, se o mestre-sala e a porta-bandeira corresponderam. Isso cabe a pessoas que pensam, que analisam friamente e não que agem no furor das emoções. Em síntese: as crias das periferias, subúrbios e favelas sabem criar. Os negros têm a ancestralidade, a sabedoria, mas lhes falta conhecimento e isso é algo que se aprende na Academia. Em outras palavras: os pretos agem com o emocional e os brancos com o racional.  É preciso discernimento, um olhar distante, equilibrado, e isso, o negro em sua euforia carnavalesca e existencial não têm.

Com razão os jurados lúcidos, competentes e eurocentrados penalizaram a Unidos de Padre Miguel por ter usado demasiadamente palavras em Iorubá, tiraram pontos do Salgueiro que veio com esse negócio de "Corpo Fechado" uma coisa da Macumba e

colocaram a comissão de frente da Mangueira em seu devido lugar com essa conversa de Povo Banto e "crias" da favela.

       

      Alguns torcem o nariz, pelo fato de na mesa onde são anunciadas as notas, não ter sequer um corpo preto. Outra besteira. Pra que precisamos de pretos para ler notas emitidas por um jurado composto por brancos? Que diferença isso faz? As cabeças pensantes do carnaval são pessoas brancas e é natural escolherem um jurado branco e a mesa seja composta por pessoas brancas. Gente chata pra Caraí.

        Existem até aqueles que, absurdamente, se mostram insatisfeitos com o fato de a grande maioria dos comentaristas e repórteres da emissora que transmite os desfiles serem pessoas brancas. Não entendem que esses repórteres são generalistas, pessoas que fazem tudo, mas necessariamente não precisam entender absolutamente de tudo. Profissionais sérios e competentes que cobrem acontecimentos.  O carnaval é apenas mais um espetáculo, assim como o Oscar, as Olimpíadas, a Copa do Mundo. São profissionais honrados que precisam informar ao Brasil sobre este “Fantástico Show da Vida”.

Essa queixa contra a cobertura feita por brancos é outra bobagem. Nada mais natural que repórteres brancos, pois informação não tem cor. Melhor seria entender esses “senhores que fazem a comunicação”, como pessoas invisíveis. Os comentaristas e analistas , os mais invisíveis de todos, podem até ser branquelas, branquicelas, bracoides, mas são escolhidos a dedo, pois falam igual aos pretos, andam igual aos pretos "até são amigos de pretos", e o mais importante: falam exatamente o que o “povão” gosta de ouvir e pronto, ponto.

         A “pretitude” também se mostrou indignada com as críticas que sofreram as escolas que em sua maioria apresentaram enredos afros. Nisso, o carnavalesco Paulo Barros, que teria afirmado que “é tudo muito parecido”, mas que depois disse que suas palavras foram deturpadas e insiste em dizer que não disse, tem razão. É mesmo tudo muito parecido e igual. Você não sabe quem é Xangô, Zé Pelintra, Maria Navalha, Oxóssi, Oxum, Pombo Giras, Exu. Com que diabos temos que entender o "santo" que está na cabeça do carnavalesco? Fica parecendo esse pessoal do radicalismo evangélico, que corre a sacolinha e recorre ao velho testamento para faturar algum. Falam de Macabeus, Levítico, Deuteronômio, EsdrasNeemias e de todo o povo hebreu e ninguém entende absolutamente nada.

      Como podem exigir que nossos competentes jurados, composto por pessoas especialistas na expansão europeia e que sabem tudo sobre o iluminismo e o renascimento, entendam também de coisas que nem sabem exatamente que existiram ou se existiram. Esse negócio de tanta africanidade, de tanta macumba, folha pra benzer chega a pirar o cabeção. Percebam nobres senhores, entender do colonizador é uma coisa, mas do colonizado é outra completamente diferente.  Nos poupe!!!  Daqui a pouco vão dizer que a Academia e os meios de comunicação são espaços da elite e compostos por pessoas que gozam do "privilégio da branquitude". Como podem querer que nossos ilustres jurados e jornalistas saibam, de Xica Manicongo, do povo banto que ocupou o Rio de Janeiro. Podem até já ter escutado a expressão “de corpo fechado”, mas alguns deles, seguramente não sabem o que quer dizer. Querem que nossos jurados e nossos jornalistas sejam pessoas bem informadas, bem formadas ou querem que sejam gênios e entendam de tudo? Francamente...

      Não vai demorar e essa turma que vive de “mi...mi...mi...” vai exigir cotas que 40% dos julgadores sejam pretos. Seria o fim da democracia, da hierarquia de Momo, da meritocracia, da beleza e da leveza do carnaval. Imagine, um corpo de jurados composto pelo critério de raças. Gente, Raça não existe. Nosso problema é de ordem social e não racial. Intelectuais das mais diversas áreas que, embora brancos, são especialistas em pretitude, e contrários a qualquer tipo de cotas, têm alertado: isso vai dar merda e acabar criando um país bicolor, cheio de racismo reverso.


Consciência para além do carnaval


      Essa “pretaiada” só se preocupa em emitir opiniões e fazer postagens e protestos contra a ausência de pretos no carnaval. Seria bom vê-los tão atuantes, tão combatentes, tão indignados na esfera política. Dos 51 vereadores da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, pelo menos 40 de nossos diletos parlamentares são brancos. Na ALERJ – Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro -, dos 71 deputados, pelo menos 60 são brancos. O número é mais assustador quando se trata de mulheres cujo número, tanto na Câmara de Vereadores quanto na ALERJ, não passa de 10.

      Se os pretos são a maioria nesse estado e elegem pessoas brancas pra representá-los, para defender seus interesses, é porque acham que essas pessoas são mais qualificadas, mais bem preparadas, mais competentes para decidir os rumos de suas vidas, da cidade, do estado, do país.

Pretos elegem racistas, preconceituosos, gente rica e de posse que não tem a ver com sua realidade. Pior são os "pretinhos sim senhor" que são obdientes, submissos e acreditam mesmo que são brancos.

Mulheres pretas ou não, elegem machistas, homofóbicos e os gays, elegem quem defende dar porrada em gays, trans e tem um tesão incontrolável de persegui-los. 

Pobres e pretos que abarrotam os ônibus e andam em trens lotados votam em ricos. Então, dá um tempo. Há uma verdade que incomoda: a maioria dos pretos tem na política, na vida e no carnaval um branco para chamar de seu.

Vir com “mi...mi...mi...” se queixando da branquitude no carnaval, como diria uma velha marchinha, “é conversa para boi dormir". Nesse caso, caberia melhor a expressão: “conversa pra gado dormir”.


2 Comments


Estou espantada que ainda não tenham chegado comentários, frente a texto tão escandalosamente racista! Imagino que o autor esteja em busca de evidência, pois o que escreve é tão primário e recheado de aberrações, que só pode se tratar de algum tipo de pilhéria. Mas, pelo sim, pelo não, aproveito o espaço para convidar o sr de Souza a se instruir melhor e a revista a selecionar melhor o que publicar. Pensando melhor, não vale a pena voltar a ler mais nada por aqui.

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Tô achando que o autor usou de ironia. Não acredito que foi sério tudo isso

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