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Virgilio Virgílio de Souza

Partidos começam a definir nomes para eleições de 2022

Atualizado: 15 de jun. de 2021

Caciques de Centro, direita e esquerda começam a fazer suas apostas

Sem uma terceira via viável, ao que parece as eleições presidenciais ficarão mesmo polarizada entre Jair Bolsonaro e Luis Inácio Lula da Silva. O ex-governador Ciro Gomes que poderia ser uma opção entre os dois, acabou com o filme queimado por flertar num momento com a esquerda e outro com a direita e também por ter se omitido nas eleições de 2022, quando não participou no segundo turno optando em viajar para Paris.


Com a rejeição a Ciro, o sonho de parte da elite financeira em ter uma terceira via, um nome que pudesse contrapor a a Lula e Bolsonaro também não emplacou. Nas pesquisas de intenção de votos realizadas até aqui, nomes como os de Mandeta, Luciano Huck, Sergio Moro – não conseguiram decolar, passam longe dos anseios da sociedade e foram rejeitados.


No Rio tudo segue muito indefinido

O eleitor do Rio que tem votado mal, muito mal, tanto que os cinco últimos governadores – Moreira Franco, Garotinho, Rosinha Matheus, Sérgio Cabral, Pezão e Wilson Witzel – tiveram sérios problemas com a justiça e alguns acabaram presos tem nas próximas eleições a oportunidade de se redimir.


Os dois partidos mais à esquerda (PT e PSOL) podem dar mais uma vez com os “burros

n’agua” como aconteceu nas eleições municipais de 2020 quando Marcelo Freixo queria uma aliança das esquerdas tendo Benedita da Silva como vice e acabou desistindo por não ter obtido unanimidade em torno de seu nome. Não conseguiu unanimidade sequer dentro de seu próprio partido. Dessa vez a proposta de alguns estrategistas é criar uma “Frente Ampla contra o Bolsonarismo” onde Freixo, que, inclusive pode estar deixando o PSOL e indo para o PSD, viria como governador e César Maia como vice.


A proposta embora agrade aos denominados “caciques dos partidos” e parte da sociedade, também desagrada uma parcela considerável dos eleitores tanto de esquerda quanto de direita. As várias correntes do PSOL e o eleitorado mais progressista acha inconcebível Freixo compor com César Maia por seu histórico de político que começou na esquerda e se transformou em um reacionário de direita. Os eleitores de César Maia por sua vez e, principalmente, os mais à direita repudiam a proposta. Acham que Marcelo Freixo é de esquerda e quer implantar o comunismo no Brasil.


Por outro lado, alguns setores do PSOL e de partidos de esquerda estão temerosos, com essa “Frente Contra Bolsonaro”, pois temem que sutilmente possa estar em gestação no Rio uma “terceira via” que atenderá interesses de políticos do Centro que, permanentemente flertam com a direitaou que vivem indefinitamente em cima do muro. A desconfiança decorre, principalmente, pelo fato de Rodrigo Maia, filho de César Maia estar se transferindo para o PSD partido ao qual o prefeito Eduardo Paes se filiou. Paes já deixou claro que seu nome para o governo de Estado é o de Felipe Santa Cruz, presidente da OAB, que também iria pra o PSD. Com César Maia no DEM e Rodrigo Maia no PSD o temor é que no futuro DEM e PSD se componham e a esquerda fique refém de uma aliança onde a esquerda teria direito a voz, mas sem poder de voto nas decisões onde Eduardo Paes, Rodrigo Maia e Cia dando as cartas.


Enquanto César Maia se mantém no Centro, aceitando flertar com a esquerda, Eduardo Paes faz movimentos eleitorais atirando para todos os lados, o que gera muitas desconfianças: ao mesmo tempo que almoça com Lula e outros representantes da esquerda, nesse início de junho nomeou Renato Moura (Patriota) como Secretario de Cidadania . A nomeação ocorreu no mesmo instante no qual Eduardo Bolsonaro dava sinais que iria se transferir para o Patriota, o que acabou acontecendo. Dependendo do resultado das eleições, a possibilidade de uma aproximação dos principais políticos do Rio com o Bolsonarismo, é bastante viável uma vez que o governador Cláudio Castro é extremamente simpático ao presidente.


O eleitorado do Rio, não pode esquecer que não deve esperar muita fidelidade partidária por parte de Eduardo Paes que, definitivamente, não é um homem fiel a legenda partidária e nem dá muita bola para essa história de partido. Iniciou sua trajetória política como integrante da Juventude Cesar Maia (PTB). Se transferiu para o PV - Partido Verde -, onde ficou entre 1994 e 1995. Em 1996 foi para o PFL – Partido da Frente Liberal e em 1999, para o PTB - Partido Trabalhista Brasileiro -, . Em 2001, voltou ao PFL, e, em 2003 transferiu-se para o PSDB - Partido Social Democrata Brasileiro. Em 2006, concorreu ao governo do Estado quando obteve 5% dos votos e, no segundo turno, declarou apoio a Sérgio Cabral Filho (PMDB) partido para o qual se transferiu em 2007. Dez anos depois, nas eleições de 2018, estava no DEM partido pelo qual foi candidato ao governo do estado do Rio de Janeiro, e acabou derrotado por Wilson Witzel. Em 2020, foi para o DEM. Agora arrumou as malas e desembarcou no PSD


Com Cláudio Castro de stand by

Bolsonarismo cogita Pazzuelo ou Hélio negão

Até aqui era tido como certo que o nome de Hélio Negão era o representante da família Bolsonaro e seria candidato a governador, mas com a ida de Eduardo Bolsonaro para o Patriotas, que deve abrigar também o presidente Jair Messias as coisas ganharam outros contornos. No Patriotas o nome preferido para concorrer ao governo é do ex-ministro Eduardo Pazzuelo, com Hélio Negão concorrendo a vice. O objetivo da direção do partido é além de um militar para concorrer a governador e também ter alguém das forças concorrendo ao Senado.


Nesse contexto o governador Cláudio Castro simpático ao bolsonarismo, porém sem muita empatia e simpatia com a sociedade carioca, ficaria de “stand bye” aguardando as pesquisas eleitorais. Se estiver bem pontuado concorreria e se chegasse ao segundo turno teria apoio do Patriotas e outros partidos de direita. Porém se naufragar e não chegar ao segundo turno apoiaria um candidato da clã Bolsonaro.

Numa jogada estratégica, no último dia 26, o atual governador depois de 20 anos, trocou o PSC pelo PL. A trajetória de Castro é meteórica e casual e a dúvida é se teria carisma e bagagem para se reeleger. Ele chegou à condição de governador num mero acaso. Era vereador de primeiro mandato sem muita expressão e surpreendeu a todos, quando seu nome foi anunciado como vice na chapa de Wiltzel. No inicio ninguém acreditava que Witzel tivesse chance, mas o eleitorado muito mais para não votar em Eduardo Paes que era seu principal opositor optou por um mero desconhecido, um “homem da justiça e do bem”, que uma vez eleito, demonstrou que sua especialidade era de “mirar na cabeçinha”.


A filiação de Castro ao PL contou, inclusive, com a presença do presidente Jair Bolsonaro. Talvez o presidente tenha ido agradecer uma declaração recente do governador que afirmou: “Bolsonaro é meu candidato nas eleições de 2022”. Sua saída do PSC foi motivada por vários fatores, mas principalmente, pelo fato de algumas figuras importantes do partido terem se envolvido em situações extremamente constrangedoras que contribui para desmoralizar a sigla. Wilson Witzel foi cassado, pastor Everaldo seu padrinho político preso, o vereador Dr. Jairinho também foi preso e para piorar a policia Federal fez buscas na casa do governador Wilson Lima do Amazonas suspeito de corrupção e desvio de verbas da pandemia do Corona Vírus.

O Partido Novo é outra sigla que deverá apresentar candidatura ao governo do Estado. O partido inscreve candidaturas e realiza um rígido processo seletivo interno onde os pré-candidatos são avaliados. Até aqui, o deputado federal Paulo Ganime lançou sua pré-candidatura e espera ser o nome que concorrerá pelo NOVO.

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