Santa Teresa curte seu luto e vai à luta
- Virgilio Virgílio de Souza
- 26 de ago. de 2022
- 2 min de leitura

Como ocorre todo dia 27 agosto desde 2001, os moradores de Santa Teresa farão um ato-protesto neste sábado pelas ruas do bairro. Trata-se do evento denominado "Marco 27" que, ao mesmo tempo que homenageia o Motorneiro Nelson Correia e outras seis pessoas que morreram na tragédia de 27 de agosto de 2011,, serve também para se manter a luta pelo sistema de bondes do bairro - o único ainda existente na cidade..
O constante descaso do governo do Estado para com os bondes é uma realidade e os bondinhos só funcionam em razão da constante luta dos moradores. Nos corredores palacianos, por incompetência e falta de inciativa em preservar os bens públicos, a ideia de privatização se tornou quase que um mantra. Pior que isso, só a postura irresponsável e inconcebível de "sucatear para privatizar" que foi pratica adotada. Depois da tragédia de 2001, os bondinhos ficaram seis anos sem circular e voltaram a operar apenas no ramal Dois Irmãos em decorrência de uma ação judicial que determina que o governo recupere todo o sistema.
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A luta pelo ramal Paula Mattos
Nos últimos anos os moradores concentraram suas energias e exigem do governo que recupere totalmente o ramal da linha Paula Mattos, que, por uma decisão arbitrária do então secretário Júlio Lopes deixou de circular, uma realidade que permanece. A tragédia fez com que o então governador Sergio Cabral, hoje preso por corrupção e lavagem de dinheiro, reconhecesse que o Estado fora negligente e abandonado o sistema de bondes. Na ocasião ele declarou:
"Deixamos sucatear o sistema de bondes". Ex-governador Sérgio Cabral
A programação para esse sábado dia 27 é a seguinte:
11h às 13h – Ato no local da Tragédia
15 às 18h – Cortejo com concentração em frente à Oficina dos Bondes, na Rua Carlos Brandt, em direção ao Largo das Neves
18h – Ato Público e encerramento com Batalha das Rimas com a Roda Cultural Canta Teresa e Folha Seca.
Domingo - Dia 28 de agosto:
11h - Missa na Igreja Anglicana em memória das vítimas da tragédia.

Arte: Zod Nazir
Foto: Arquivo Jornal Capital Cultural
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