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Virgilio Virgílio de Souza

Santa Teresa na luta para não perder o bonde da história

Foto: Jornal Capital Cultural

Moradores mais uma vez vão protestar contra desmandos do governo e o abandono dos bondinhos


Por um lado, o dia 27 de agosto se tornou uma data de tristes recordações para os moradores de Santa Teresa. Foi em 27 de agosto de 2011, que por descaso, descuido e irresponsabilidade das autoridades, ocorreu no bairro, a maior tragédia com um bonde, quando seis pessoas morreram e outras 50 ficaram feridas. Por outro lado, a data se transformou num marco de luta e de cobranças ao governo pela manutenção e preservação de todo sistema de bondes.

Este ano não será diferente: a AMAST – Associação de Moradores de Santa Teresa -, convida a todos os moradores, amantes dos bondes e da história da cidade, para um ato público que acontecerá às 10 horas da manhã, no dia 25 (sexta-feira), no Buraco do Lume, de frente à ALERJ - Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro – localizada próximo ao metrô do Largo da Carioca na Avenida Rio Branco. A intenção é protestar contra os descasos, desmandos e morosidade do governo estadual no que se refere aos bondes.

Os moradores ainda não se conformam, pois bem antes de 2011, já alertavam que face ao péssimo estado de conservação dos bondes, uma tragédia estava anunciada. Era questão de tempo. Preocupados com o que estava por vir, fizeram passeatas, protestos, denúncias, realizaram audiências públicas contra o sucateamento pelo qual o sistema de bondes passava, e, ainda assim, nada foi feito. O sucateamento no qual o então governador Sérgio Cabral e seu secretário de Transporte Júlio Lopes, que pensavam apenas em privatização, submetem o sistema foi para os moradores a principal razão para o fatídico 27 de agosto de 2011.

Em julho de 2009, em razão das constantes queixas e reinvindicações dos moradores a justiça determinou que o governo recuperasse todo equipamento – rede aérea, garagem, circulação dos bondinhos e zelo com todo sistema. O governo após ter deixado o bairro de 2011 a 2015 os bondes circulando e sem tomar medidas emergenciais foi recuperando o sistema em doses homeopáticas, e ignorando totalmente a sentença.

Os moradores mais prejudicados com esse abandono, foram os do ramal Paula Mattos, que nunca mais tiveram direito ao bonde que circula até o Largo das Neves, uma situação que perdura até hoje, 12 anos depois. O bonde hoje, que circula apenas no Ramal até o Dois Irmãos, e com o preço de R$ 20 Reais, se transformou num bonde apenas para turistas.

Se a intenção dos governantes é enrolar, levar a situação em banho Maria e esperar que a luta caia no esquecimento, está completamente enganado. Os moradores continuam atentos, vigilantes e pretendem realizar uma série de atividades, inclusive, voltando a cobrar do Ministério Público e dos deputados ações pontuais que possibilitem toda recuperação do sistema como determinou a justiça.




1 Comment


forumcidadania17
Aug 20, 2023

Como coordenadora do Fórum da Cidadania Rj venho solicitar o apoio dos diversos coletivos com o comparecimento no dia 25 de agosto as 10 horas no Buraco do Lume, de frente à ALERJ - Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro – localizada próximo ao metrô do Largo da Carioca na Avenida Rio Branco.

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