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Vereador literalmente "pisou na bola"

Comissão de Ética se reuniu e decidiu prorrogar por uma semana decisão de abrir ou não inquérito contra Gabriel Monteiro


Vereador não comparece à sessão plenária para se defender, se justificar ou dar satisfação para os colegas de parlamento e e acaba sendo criticado por seus pares

Nosso jovem dublê de vereador e justiceiro pisou literalmente na bola. Não por ser acusado no último domingo(27), no programa Fantástico, da Rede Globo, por ex-funcionários de seu gabinete de assédio moral e sexual, estar usando as dependências da Câmara para trabalhar como yotuber ou forjar vídeos postados nas redes sociais. Também não pisou na bola por ser acusado por uma mulher de tê-la estuprado ou por ter usado uma criança na exibição de um um vídeo onde manipulava as respostas e, com isso, ter violado as regras do Estatuto da Criança e do Adolescente.

Gabriel pisou na bola por não ter comparecido à sessão plenária dessa terça-feira,(29) quando poderia se defender das acusações que lhe são imputadas. A Comissão de ética se reuniu um pouco antes da sessão da sessão plenária que se iniciaria às 16h e decidiu esperar mais uma semana para definir se abrirá ou não um inquérito contra o vereador. Gabriel esteve no Palácio Pedro Ernesto e, manifestou inclusive, o desejo de participar da reunião, mas foi impedido. Na sessão plenária, entretanto, optou por não comparecer. A polêmica envolvendo as acusações contra o vereador foi o assunto mais discutido da tarde no plenário da Câmara.

O primeiro a abordar a questão foi Felipe Michel (PSDB): “Já falei com o Gabriel muitas vezes que a seu lado e ele sabe que pode contar comigo em minhas orações, mas se errou, se ficar comprovado que errou, tem que pagar, pois, não serei conivente com o erro”. comentou. Em seguida fez uso do microfone Inaldo Silva (Republicanos) que tentou apaziguar, comparando a situação de Gabriel com o do ex-vereador Marcelo Siciliano que foi acusado de estar envolvido na morte de Marielle Franco:

— Essa casa não tem o direito de julgar ninguém. Não podemos condenar antes de os fatos serem apurados. Não faz muito tempo um colega nosso, o Marcelo Siciliano foi acusado de mandar matar a Marielle. Foi massacrado pela imprensa e pela opinião pública e depois ficou provado que ele era inocente. Por isso temos que ter muito cuidado e darmos direito de ampla defesa ao Gabriel — justificou.

Sua fala foi suficiente para Tarciso Motta (PSOL) ir à Tribuna para discordar totalmente do colega: “Vereador são histórias completamente diferentes que não podem ser comparas. Estão sendo imputadas ao Gabriel Monteiro, sérias acusações e com provas robustas. Contra o Siciliano aconteceram acusações, sem nenhuma prova concreta. Concordo que não nos cabe julgar, mas nos cabe apurar os fatos. As acusações são tão graves que acabam por atingir todos nós nessa casa. — afirmou”.

Mônica Benício chamou Gabriel Monteiro de machista e bolsonarista o que deixou irritado o vereador Carlos Bolsonaro que declarou: " Essa senhora sempre se refere ao presidente. Parece uma doença".


Monica Benicio também do PSOL e viúva de Marielle foi mais dura em suas palavras:

- Prezado Inaldo penso que Vossa Excelência está equivocado em suas declarações. O Gabriel Monteiro é acusado de usar o gabinete para trabalhar como yotuber e monetizar, o que é proibido pelo Código de Ética dessa casa. É acusado de assédio moral e sexual contra seus funcionários, de estupro e de ter manipulado uma entrevista com uma adolescente. Não podemos passar pano pra uma pessoa com uma postura dessas. Ele tem o comportamento de um bolsonarista, uma pessoa homofóbica, que não respeita mulheres e se acha no direito de praticar assédios e agir como um machista de plantão. Quanto ao Siciliano, novas apurações estão sendo feitas, tudo ainda está em aberto e seu nome não está totalmente descartado — completou.

A fala de Monica causou indignação no vereador Carlos Bolsonaro que saiu em defesa do pai: " Essa vereadora que acabou de falar politiza tudo. O Gabriel não tem nada a ver com Jair Bolsonaro ou com o bolsonarismo. Em todas as suas falas ela sempre referências ao nome de Bolsonaro, parece uma doença" — comentou.

Em algumas ocasiões, Gabriel Monteiro participou remotamente da sessão para se defender, dizer que é inocente e que vai provar sua inocência. Seus argumentos, entretanto não foram suficientes, pois muitos vereadores achavam que ele deveria estar presente na sessão, olhar os colegas olhos nos olhos para poder se defender. “Tinha que estar aqui, para nos olhar, nos encarar e se defender. É inadmissível que não esteja presente” afirmou Lindemberg Faria (PT). Outro que cobrou a presença de Gabriel foi Reimont Otoni também do (PT):

- Ninguém está condenando o Gabriel, mas ele deve que ser julgado pelos crimes dos quais está sendo acusado. Penso que o maior interessado em tudo isso é o próprio Gabriel e, por isso, deveria estar aqui, assumir a tribuna para se defender – concluiu.

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